Mulheres no volante: personalidades que revolucionaram o setor automobilístico
Toda área é
marcada por nomes de destaque em diferentes épocas. O automobilismo, como
muitos setores, foi dominado pelo público masculino por bastante tempo. Embora
parte desse cenário permaneça, é possível ver cada vez mais histórias sendo
construídas pelas mulheres ao volante. A representação feminina surge em
funções que, até pouco tempo, eram desempenhadas exclusivamente por homens.
Isso inclui desde a gestão de oficinas até o envolvimento com os esportes
automobilísticos. Elas deixaram o papel único de passageiras para conduzir
campeonatos ou desfrutar de viagens de carro. Que tal conhecer figuras
importantes que, de alguma forma, revolucionaram o mercado? Prossiga com a
leitura e veja algumas curiosidades!
As conquistas das mulheres ao volante
Não é de agora que elas lutam para conquistar seu espaço nos mais
diversos ambientes. Na busca por direitos, reconhecimento ou apenas tratamento
igualitário, muitas enfrentam desafios e até vivenciam situações
constrangedoras. Quem nunca ouviu a frase "mulher ao volante, perigo
constante"? Famosa por conta do tom de piada, essa fala é problemática por
supor que o público feminino não sabe conduzir veículos como os homens.
Inclusive, se pararmos para analisar dados reais, ela está bem longe de ser
verdade. Com uma rápida busca online, você encontra diferentes sites que
publicaram estudos indicando o contrário. Em muitos casos, as matérias mostram
que as mulheres cumprem mais ações da chamada direção defensiva, o que gera
benefícios a todos os envolvidos no trânsito.
Menos distrações
Mudar o foco da
estrada para qualquer outra atividade é bastante arriscado, principalmente
quando o condutor atinge altas velocidades. Nessas situações, o tempo para
responder a um imprevisto diminui, aumentando a chance de um acidente. Uma
pesquisa feita nos Estados Unidos demonstrou que os homens tendem a se distrair
com mais frequência quando comparados às mulheres. Eles costumam usar mais o
smartphone e assistir a vídeos enquanto dirigem, além de perderem a atenção com
pedestres.
Redução de acidentes
Quando há
mulheres ao volante, o número de ocorrências graves nas vias diminui
consideravelmente. Isso porque elas agem com menos agressividade nas estradas e
não se preocupam em competir com os demais condutores. Isso previne desde
batidas leves até acidentes com vítimas fatais. O público feminino também tende
a ser mais cuidadoso e empático ao interagir com outros grupos. Muitas vezes,
essa tranquilidade é motivo de reclamação por estar associada à lentidão no
trânsito. Acontece que, nessas ocasiões, a mulher geralmente está apenas
cumprindo a velocidade indicada. A pressa e o desejo por emoção são grandes
inimigos atrelados ao público masculino. Quando não prejudicam terceiros,
acabam trazendo consequências irreparáveis a si mesmos. Um levantamento do
Detran-SP mostrou que, em 2020, 93% dos motoristas que morreram no trânsito
eram homens.
Crescimento de habilitações
No Brasil, as
mulheres já representam um terço dos motoristas. Esse número só cresce com a
conquista de novas habilitações, mesmo que o interesse por parte dos jovens
tenha diminuído. É o que mostra um levantamento feito pelo Instituto Ipsos no
período de 2013 a 2019. Como são mais cautelosas e não se arriscam tanto na
direção, as novas condutoras têm grande potencial para construir um trânsito
mais seguro e respeitoso. Esse perfil, aliás, faz com que elas paguem menos em
seguros de veículos e em indenizações.
As personalidades de destaque no automobilismo
Ficou claro que as mulheres ocupam cada vez mais cargos em
atividades até então dominadas pelos homens. Com o passar dos anos, elas
provaram que têm capacidade de exercer diversas funções, seja a manutenção
preventiva em mecânicas, seja a condução de equipes da Fórmula 1. Que tal saber
mais sobre as mulheres ao volante? Confira a lista de personalidades que
fizeram história e outras que continuam revolucionando o setor automobilístico.
Florence Lawrence
Foi uma atriz
canadense apaixonada por carros, que ganhou lugar de destaque por criar a
famosa seta — as luzes indicadoras de direção que usamos até hoje. Florence era
casada com um vendedor de automóveis e soube aproveitar muito bem a proximidade
com esse universo. Sua primeira invenção foi um sistema que ficava localizado
no para-lamas traseiro do veículo. A peça levantava e abaixava toda vez que o
motorista acionava o botão. Embora não tenha patenteado a ideia, teve seu
merecido reconhecimento e é considerada precursora dos piscas e setas.
Alice Ramsey
Essa foi a
primeira mulher a atravessar os Estados Unidos dirigindo — uma façanha realizada
com três amigas em 1909. O ocorrido teve relevância pelo fato de ela ter sido a
única motorista durante todo o percurso. O trajeto entre Nova Iorque e São
Francisco demandou 41 dias e 11 pneus. O carro permitiu às passageiras encarar
uma viagem repleta de desafios. A aventura incluiu problemas mecânicos,
temporais, estradas difíceis e até encontro com tribos indígenas. A
protagonista contou a incrível história em um livro intitulado "Veil,
Duster and Tire Iron".
Mary Anderson
Mais uma
inventora para representar o poder das mulheres ao volante. Mary foi empresária
do ramo da construção civil e criou um dispositivo crucial. A ideia surgiu
durante uma viagem de bonde que ela fez em Nova Iorque, em 1902, onde percebeu
que era necessário parar várias vezes para limpar o vidro do carro. Para
resolver o problema, Mary desenvolveu algo que se tornaria o primeiro limpador
de para-brisa da história. A peça original era de metal revestido por borracha
e tinha um sistema que se movia a partir do interior do veículo.
Denise McCluggage
Foi a primeira
jornalista a ter seu nome indicado no Hall da Fama Automotivo, fato ocorrido em
2001. A conquista foi resultado da grande influência de Denise para o
jornalismo, o que permitiu que representasse outros profissionais que honraram
o setor. A moça também viveu situações especiais em outras áreas e ajudou a
fundar o periódico AutoWeek. Ao longo de sua vida, desenvolveu trabalhos como
fotógrafa, autora, esquiadora e piloto de corrida. Foi campeã na categoria
Grand Touring das 12 de Sebring (1961) e do Rally de Monte Carlo (1964).
Bertha Benz
Era casada com
o mecânico Karl Benz, conhecido como o "inventor do automóvel". Seu
nome começou a fazer história em 1888, quando partiu de carro com os filhos
para visitar a avó das crianças. Ao cumprir o percurso de 106 quilômetros,
Bertha se tornou a primeira mulher a viajar de carro enquanto motorista. Ela
deixou apenas um bilhete em casa e saiu com um dos protótipos de três rodas de
seu marido. A rota incluiu pontos de parada para comprar ligroína, uma
substância usada de solvente para abastecer o veículo. Na estrada, Bertha ainda
resolveu problemas com o sistema de refrigeração por conta própria.
Heidi Hetzer
Lembre-se desse
nome se for discutir sobre mulheres ao volante e longas distâncias. Afinal, a
alemã foi a primeira a conduzir um carro clássico durante uma volta ao globo,
em 2014. Outro ponto de atenção está no fato de Heidi ter sido piloto de rally
e dividir essa atividade com sua profissão de empresária. A famosa viagem teve
início em Berlim e envolveu 56 países. O que poucos sabem é que a motorista foi
diagnosticada com câncer durante o trajeto e aproveitou para fazer a operação
quando estava no Peru. A condição frágil de saúde e a idade avançada — ela
tinha 76 anos quando percorreu o mundo — não impediram que realizasse seu
sonho.
Claudia Ito
Um exemplo de
sucesso em território brasileiro é a trajetória de Claudia Ito. A engenheira
eletrônica foi a primeira mulher a ocupar cargo de CEO da Fórmula 1 no país.
Ela conta que nunca se intimidou com a predominância masculina na principal
categoria do automobilismo. Mesmo não aparecendo nos holofotes, Claudia tem
papel crucial dentro da empresa que organiza o GP do Brasil. Sua posição de
líder não significa que deva ser competitiva ou agressiva, apenas manter a
tranquilidade para tomar decisões estratégicas.
Monisha Kaltenborn
A indiana ficou
conhecida mundialmente após conseguir, em 2012, o valioso posto de primeira
mulher a chefiar uma equipe de Fórmula 1. A conquista é importante para o
público feminino e aconteceu 63 anos depois da criação da categoria. Para
Monisha, toda atividade e função merece respeito, não importa a hierarquia
existente. Embora nunca tenha imaginado acessar um cargo tão alto, ela afirma
que tudo ocorreu naturalmente. Seu sucesso é resultado de escolhas inteligentes
e ações exemplares.
Shirley Muldowney
Foi nada menos que a primeira pessoa a vencer dois títulos Top Fuel no Drag Racing. A primeira competição que premiou Shirley ocorreu nos Estados Unidos, em 1977. A distância oficial da
prova era de 305 metros que, nessa categoria, era cumprida no tempo médio de 4 segundos. Para ela, não bastou ser campeã uma vez e ganhar reconhecimento oficial da Câmara dos Representantes norte-americana. Isso porque, três anos depois, Shirley surpreendeu o mundo ao conquistar o título novamente.
Os exemplos de conquistas das mulheres ao volante só prova que elas conseguem conciliar bem o exercício de suas paixões com outras rotinas e o convívio em família. Assim, com determinação e muita persistência, têm tudo para continuar crescendo no automobilismo e em outras áreas. Se você gostou de conhecer a carreira de diferentes personalidades femininas, compartilhe este artigo nas suas redes sociais. Isso fará com que mais pessoas difundam essas histórias incríveis!
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